Apesar da retomada das atividades econômicas no país, a maioria dos pequenos empreendimentos ainda não recuperou o nível de faturamento anterior à pandemia.
Pesquisa realizada pelo Sebrae, em parceria com a FGV, no final de setembro, apontou que, em média, o faturamento das micro e pequenas empresas está 36% abaixo do normal, sendo que para os microempreendedores individuais (MEI), o percentual de redução é de 40%.
Com faturamento menor, e tendo de arcar com aluguel, fornecedores, funcionários, entre outras obrigações financeiras, muitas empresas acabaram endividadas.
O Sebrae recomenda que, neste momento de crise, os empresários continuem atentos ao grau de endividamento e busquem a renegociação das dívidas, aproveitando o momento de maior abertura do mercado financeiro e programas emergenciais lançados pelo governo.
A seguir, o Sebrae lista alguns pontos de atenção para o empresário que pretende renegociar suas dívidas:
ORGANIZAÇÃO
Antes de buscar uma renegociação, o empreendedor precisa identificar quais são as dívidas que ele tem. Para isso, recomenda-se que ele reúna todas as informações de forma organizada, com nome do credor, valor da prestação, taxa de juros cobradas, prazo etc.
Ao mapear as dívidas, é possível enxergar com maior clareza a situação e grau de endividamento da empresa.
PRIORIZE DÍVIDAS QUE AFETAM O DIA A DIA
Após identificar todas as dívidas, chegou a hora de escolher qual a renegociação que – no momento – tem mais impacto no seu negócio. Essa escolha depende de alguns critérios e da realidade de cada negócio.
O pagamento de um aluguel, por exemplo, pode ter um impacto muito maior no seu negócio, caso haja algum risco de despejo ou interrupção do funcionamento do seu estabelecimento.
Outro ponto a considerar é o valor da dívida. Prefira começar a pagar as dívidas mais altas, tendo em vista que, ao longo do tempo, com a incidência de taxas e juros, essas dívidas geram um risco de inadimplência e insolvência muito grande.
ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES DA RENEGOCIAÇÃO
Ao buscar a renegociação de uma dívida, o empresário deve analisar um mix de fatores, como prazo, taxa de juros, valor da parcela, garantias exigidas, entre outros.
De um modo geral, a taxa de juros sempre é um fator decisivo para o custo da dívida. Mesmo com juro menor, se a parcela não couber no bolso, não adianta renegociar.
Portanto, é preciso avaliar o fluxo de caixa no momento para saber se a empresa tem capacidade de pagamento do acordo.
No caso de uma renegociação com um fornecedor, tenha consciência de que ele também tem interesse em receber. Dessa forma, aproveite para compartilhar os riscos, principalmente neste final do ano, quando as expectativas das festas são boas para os negócios.
PARTICIPE DE MUTIRÕES DE RENEGOCIAÇÃO
O Governo Federal anunciou o “Mutirão de Renegociação Tributária”, com condições para os pequenos negócios regularizem seus débitos inscritos em Dívida Ativa da União com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), e com a Receita Federal, no que diz respeito a débitos não inscritos.
A iniciativa possibilita descontos até 100% sobre juros e 70% sobre a dívida.
O mutirão está disponível até o dia 29 de dezembro deste ano.
ANALISE A POSSIBILIDADE DE PORTABILIDADE DA DÍVIDA
A transferência de uma dívida para uma instituição financeira que ofereça melhores condições de pagamento sempre deve ser analisada.
Aproveite o momento da pandemia, em que as instituições estão mais abertas a renegociar, para buscar a portabilidade, com cuidado para não trocar uma dívida por outra ainda maior na concorrência.
Saiba que o banco de origem da dívida é obrigado a oferecer todas as informações para o cliente, com o número do contrato, o saldo devedor atualizado, entre outras.
Ao solicitar essa informação, o empresário sinaliza ao banco de origem que está em busca de condições melhores. Então, pesquise na concorrência e procure seu gerente para discutir uma contraproposta mais adequada para o seu negócio.
Fonte: Diário do Comércio