O fechamento do comércio físico considerado não essencial, motivado pela pandemia de coronavírus, fez aumentar as vendas pela internet. Para se destacar no e-commerce, a logística tem um papel fundamental, uma vez que falhas na operação impactam diretamente no nível de satisfação do consumidor.
No momento atual, mais do que vender, o empresário precisa proporcionar ao seu cliente uma boa experiência de compra. “É na logística que acontece a parte mais palpável desse processo. Oferecer soluções úteis e sem oportunismo é a chave para se manter presente no mercado e superar o momento de crise”, afirma Eduardo Bragança, head de Marketing e Parcerias da Frete Rápido.
Quando se fala em logística, o valor do frete e o prazo de entrega sempre aparecem como fatores decisivos nas compras on-line. No entanto, uma operação de sucesso vai muito além disso. As empresas precisam definir estratégias para otimizar sua operação, já que, na busca de diferenciais competitivos, todos os detalhes fazem a diferença.
FRETE GRÁTIS
Nesse momento de crise, um dos diferenciais importantes para o e-commerce alavancar as vendas é oferecer, sempre que possível, fretes grátis ou cupons de descontos.
“O valor do frete é um fator decisivo para quem compra pela internet. Quando caro, o visitante migra para o anúncio do concorrente, contribuindo para a taxa de rejeição da empresa. Já o grátis traz uma sensação de ganho, de vantagem”, explica o especialista em logística da Frete Rápido.
No entanto, para minimizar o valor dos fretes, sem comprometer a saúde financeira da empresa, Bragança aponta alguns cuidados a serem observados. O primeiro deles é estreitar o relacionamento com transportadoras ou fazer uma parceria com os Correios, gerando fidelização e conseguindo contratos financeiramente mais vantajosos.
Outra medida é determinar quais produtos os empresários desejam que seus clientes comprem, com base nas margens de lucro de cada um deles, já que o valor do frete será retirado dessas margens.
Também é válido oferecer fretes grátis para a venda de produtos com menos saída. “Isso pode servir para movimentar o dinheiro e renovar o estoque. Produto parado é prejuízo”, ressalta o especialista.
Por fim, Bragança aconselha o empresário a estipular um valor mínimo de compra para ganhar o frete grátis. “Mas lembre-se de se basear na média de preço do seu produto. Todos somos atraídos pela sensação de ganho. Atenda essa necessidade do seu cliente e nunca o engane”, afirma.
TRANSPORTADORA OU CORREIOS?
Na logística de e-commerce, uma dúvida comum entre muitos empreendedores é se eles devem utilizar uma transportadora ou o serviço dos Correios para entregar seus produtos. Cada uma das modalidades possui suas vantagens e desvantagens.
Os Correios, segundo o especialista da Frete Rápido, possuem grande credibilidade institucional perante o público, diversidade de serviços de entrega e alcance em todas as regiões do território nacional, muitas vezes lugares remotos e não atendidos pelas transportadoras. Além disso, as empresas podem fazer contratos de parceria com a estatal, ganhando descontos progressivos conforme a quantidade de remessas.
Em contrapartida, a estatal está sujeita a greves, o que atrasa ou mesmo inviabiliza a operação logística de muitas empresas. Outra desvantagem dos Correios é a restrição nas entregas dependendo do tamanho e do peso dos produtos, além das instabilidades do sistema em períodos de grande movimento.
Em uma queda no sistema, por exemplo, o e-commerce fica sem retorno no cálculo do frete e o cliente pode pensar que a entrega foi feita em endereço errado, aumentando a taxa de rejeição da empresa.
Quanto às transportadoras, elas não fazem greve e, por terem um alcance mais restrito e específico, muitas vezes oferecem custos mais baixos de frete.
Por outro lado, nas transportadoras não há uma padronização das tabelas de cálculo dos fretes, o que pode ocasionar uma discrepância entre os valores cobrados.
Outro problema é que a maioria das transportadoras não investe em tecnologia e o processo de integração de dados com as empresas não é eficiente.
“Minha recomendação é utilizar os dois formatos. Cada um deles se complementa e tem suas próprias vantagens e desvantagens”, aconselha Bragança.
PLANEJAMENTO DA OPERAÇÃO
Fazer um bom planejamento é fundamental para o sucesso da operação de logística. Afinal, de nada adianta a alta qualidade do produto e a boa experiência oferecida na hora da compra se a empresa falhar na entrega.
Um bom planejamento de logística para e-commerce passa pelas seguintes etapas: seleção de fornecedores; recebimento e conferência dos produtos; armazenagem; controle do estoque; preparação dos pedidos; comunicação com Correios ou transportadoras; embalagem; documentação e emissão de nota fiscal; rastreamento e gerenciamento de entregas; logística reversa; e pós-venda.
Ao longo desse processo, é importante que as fotografias dos produtos sejam de boa qualidade e que suas descrições contenham o máximo de informações possíveis.
“Quanto mais informações, mais certeira será a compra do cliente, com menos chances de trocas ou devoluções”, explica o especialista. “As medidas dos produtos também devem estar atualizadas, já que elas influenciam tanto na compra quanto no sistema de fretes”, completa.
Revisar as embalagens de expedição, seus fluxos e processos, garante economia de tempo e redução de custos operacionais. Da mesma forma, é preciso se manter atualizado, já que o varejo virtual está intimamente ligado à tecnologia, em constante transformação.
“Assim o empresário se mantém competitivo e com habilidades diferenciadas no e-commerce”, conclui Bragança.
Fonte: Diário do Comércio