As transformações que a pandemia de Covid-19 está trazendo para o segmento do varejo foram o tema da live promovida no YouTube da SUCESU-RS em 7 de maio com três convidados de diferentes áreas do varejo físico, online e misto. Todos foram unânimes em dizer que a retomada não será rápida, mas concordaram com alguns aprendizados tais como: é preciso levar a loja até o cliente através em todos os canais possíveis; o WhatsApp se revelou um grande canal de vendas e é possível fazer mais em menos tempo.
Conforme Jose Roberto Resende, VP de Marketing e Relações Internacionais da CDL POA, está é uma crise que nem a ficção conseguiu prever, já que nos últimos dias cerca de 50% da humanidade estava em casa. “Uma crise de saúde que gera uma crise econômica e que no Brasil ainda temos uma característica especial de ter uma crise política. Os empresários são heróis para suportar tudo isso”, disse. Mas como deve ser o consumidor depois da crise? Na análise de Resende, o Brasil deve ter um consumidor muito mais digital, pois houve um avanço de cerca de cinco anos em poucas semanas em termos de tecnologia, muitos entrantes no digital, o crescimento do e-commerce de comida vai se manter, mas, acima de tudo, o consumidor estará com menor poder aquisitivo, já que pesquisas indicam que serão de 20 a 25 milhões de desempregados no pais.
Pedro Martini, CIO do Grupo Infoar, trouxe a experiência de uma empresa que deixou de ser varejo físico em 2008, o primeiro marketplace do sul do país. Mesmo assim algumas mudanças estão sendo necessárias em função da pandemia. Ele conta que um ponto de inovação da empresa foi abrir novas frentes de compras de produtos e categorias de vendas, como bem-estar e saúde. Outra alteração foi na entrega, pois agora o consumidor não está mais tão preocupado com a agilidade, mas com a segurança. “Quem conseguiu mudar rapidamente colheu frutos muito positivos. Nesse “novo normal” tem que estar preparado a mudança constante. Precisamos formatar um modelo que providencie essa mudança de negócios das organizações e que ela seja percebida pelo cliente final”, relatou.
No varejo de calçados femininos o impacto não foi diferente. A Arezzo possui cerca de 800 lojas físicas que correspondem a 80% do faturamento. Marcelo Luciano Manoel, Gerente TI Corporativo da Arezzo, contou que além de agir rápido com novas estratégias a empresa já estava se estruturando para ampliar as vendas na web, o que foi fundamental nesse momento. “Nossas vendedoras usam o estoque da web para vender pelo WhatsApp. Antes da pandemia a adesão por esse canal estava baixa, agora subiu muito, e nossa expectativa e que quando as lojas reabrirem isso será somado”, avalia. Ele alerta, no entanto, que isso tudo só foi possível de ser feito pois já tinham uma base de CRM preparada.
Fonte: Terra